Uma das problemáticas em relação ao alinhamento dos partidos nas chapas majoritárias diz respeito ao palanque dos presidenciáveis. No Maranhão, os dois pré-candidatos com maior percentual de intenção de votos, Flávio Dino (PCdoB) e Lobão Filho (PMDB), possuem mais de um presidenciável em suas respectivas formações de chapas. No total, os cerca de dez presidenciáveis deverão ter palanque no estado, apesar de que na chapa governista não haja espaço para divulgação de outras candidatura, que não seja a petista.
Lobão Filho (PMDB) declarou no dia do ato de lançamento de sua pré-candidatura oficial que a sua chapa será “puro sangue” com espaço no palanque somente para a presidente Dilma Rousseff (PT). Apesar dessa afirmação, a aliança sugere que a chapa ainda terá pelo menos mais quatro nomes que concorrerão à presidência da República.
Além de Dilma, deverão sair também Denise Abreu (PEN), Everaldo Nunes (PSC), Levy Fidelix (PRTB), Eduardo Jorge (PV) e José Maria Eymael (PSDC). Todos esses pré-candidatos vão compor uma possível coligação da candidatura de Lobão Filho, mas de acordo com o presidente estadual do PMDB, senador João Alberto, não devem integrar o palanque presidencial de Lobão Filho. “A princípio o nosso palanque é da presidente Dilma”, declarou o senador.
João Alberto explicou que os partidos aliados terão liberdade de fazer palanque próprio visto que a aliança, que também existe a nível nacional, é consolidada principalmente em nível estadual, não podendo, portanto, comprometer o palanque exclusivo de Dilma Rousseff. “A nossa aliança é estadual. Os nossos aliados estão liberados para fazer palanque para os candidatos deles”, garantiu.
O presidente do PMDB no Maranhão disse que a garantia de exclusividade à Dilma não gera nenhum problema nas alianças. João Alberto declarou que Lobão Filho manterá uma relação diplomática com todos e que, caso algum outro presidenciável venha ao Maranhão, o pré-candidato do PMDB não subirá no palanque, mas poderá receber visitas de cortesias.
Oposição
Com as recentes adesões estaduais à pré-candidatura de Flávio Dino, além do número de partidos sobe também o número de presidenciáveis da chapa do comunista. Flávio, a principio, declarava apoio a Dilma Rousseff e a Eduardo Campos (PSB). Com a sinalização positiva de aliança com o PSDB, o pré-candidato Aécio Neves também passa a integrar o rol de presidenciáveis do campo oposicionista maranhense.
Porém, a entrada de Aécio pode significar perdas em alguns aspectos. Com o PSDB na chapa, a permanência do PDT fica ameaçada, visto que a legenda tem interesse em indicar o vice de Flávio Dino. Além disso, Aécio Neves é um dos principais oposicionistas da atual administração federal, o que impossibilita a divisão de palanque entre petistas e tucanos.
O vice-presidente do PSB no Maranhão e pré-candidato a senador, Roberto Rocha, garante que já é aceitável pelos presidenciáveis Aécio e Campos a divisão de palanque. Rocha destacou que em diversos estados brasileiros a dobradinha tem sido feita, sem nenhum prejuízo. O pré-candidato a senador avaliou também que a “união” dos dois em um mesmo palanque seria o melhor cenário para que um dos dois presidenciáveis chegasse a segundo turno com Dilma Rousseff.
Vale lembrar que o pré-candidato a governador Zé Luís Lago (PPL), também pode contar com a presença de Eduardo Campos em seu palanque, afinal seu partido faz parte de uma composição, que apoia o ex-governador pernambucano.
Outros presidenciáveis
Além dos presidenciáveis já citados, os maranhenses deverão conhecer outros candidatos de partidos que não consolidaram nenhuma aliança. Isso será possível graças a lançamento de pré-candidaturas estaduais a exemplo do PSOL e PSTU.
O PSOL, que tem como pré-candidato ao governo do Maranhão o advogado presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luís Antônio Pedrosa, pode também ter dois presidenciáveis, uma vez que deve se coligar com o PCB no estado. Caso isto aconteça, ele deve trazer ao Maranhão o senador do Amapá, Randolfe Rodrigues, que é pré-candidato à presidência da República pela legenda e o líder sindical Mauro Iasi do PCB.
Além dele, o PSTU, do pré-candidato à presidente, José Maria, tem representatividade no Maranhão com a pré-candidatura de Saulo Arcangeli ao governo do estado.
Caso ainda seja consolidada a pré-candidatura de Hilton Gonçalo (PDT), este será outro exemplo de apoio a mais de um candidato. Como esta semana, o PV declarou intenção de apoia-lo, além de garantir o palanque para o presidenciável Eduardo Jorge, outra ala também poderia cair em campo por Dilma Rousseff, afinal os pedetistas são da base aliada do governo federal.
Dessa forma, somente Saulo Arcangeli e Zé Luís Lago estarão efetivamente com apenas um presidenciável em seus palanques.
Fonte: O Imparcial